Refluxo gastroesofágico: como tratá-lo

  • Cerca de 5% da população mundial apresentam refluxo gastroesofágico todos os dias. Este problema acontece quando o conteúdo do estômago volta para o esôfago. Como esse conteúdo é ácido e o esôfago é alcalino, dá-se origem a uma reação que inflama a parede deste canal condutor de alimentos.

    Não há idade certa para a pessoa começar a apresentar refluxo, mas é muito comum em bebês. Isso porque eles ainda não têm o esfíncter esofagiano inferior (válvula que impede o refluxo) amadurecido. “Porém, um bebê com refluxo não necessariamente apresentará o problema na idade adulta”, esclarece o gastroenterologista Ricardo Fittipaldi, da clínica Endogastro, do Rio de Janeiro.

    O exame inicial que detecta o refluxo é a endoscopia. Em casos de apresentações atípicas da doença pode ser necessário fazer uma pHmetria (para ver o quanto de ácido passa do estômago para o esôfago) e uma esofagomanometria (estudo do funcionamento de todo o esôfago.). “O sintoma clássico do refluxo é a azia (aquela queimação que sobe e desce no meio do peito)”, comenta o especialista.

    Há também os sintomas extraesofágicos, como tosse crônica, rouquidão, asma, sinusite, pneumonia entre outros. Por conta desses outros sintomas, Dr. Ricardo pensa que as mais diferentes especialidades médicas precisam conhecer a doença do refluxo. “Várias vezes o paciente que tem rouquidão procura o otorrinolaringologista, mas a causa do seu problema é gastroenterológica. Por isso é importante que outras áreas saibam diagnosticar e atentar para o problema.”

    A alimentação pode favorecer ou piorar o quadro de refluxo. Entre eles estão bebidas alcoólicas, alimentos gordurosos, que contenham cafeína (café, mate, chá preto, guaraná), refrigerantes em geral. O fumo, apesar de não ser alimento, facilita em muito a ocorrência do refluxo. “Quando não tratado o problema de refluxo pode trazer complicações severas como esofagite, estenose (estreitamento do esofago) e até câncer de esofago (adenocarcinoma)”, alerta o médico.

    Dr. Ricardo explica que, inicialmente, o tratamento clinico é feito por meio de medicamentos que diminuem a produção de ácido pelo estômago (como o omeprazol, por exemplo) e que aceleram a passagem da comida do estômago para o intestino (os procinéticos, como a bromoprida). A intervenção cirúrgica – chamada de fundoplicatura gastrica – ocorre em casos de complicações ou quando os remédios não dão resultados satisfatórios.

    Independente da forma de tratamento, o paciente tem que adotar algumas medidas. “Ele não deve comer muito de uma vez só, controlar o peso, evitar os alimentos e hábitos que sabidamente pioram o refluxo, somente se deitar para dormir duas horas após a última alimentação e elevar a cabeceira da cama ao dormir”, orienta o especialista. Clique aqui para saber quanto você precisa emagrecer e comece agora mesmo sua reeducação alimemtar!

    Por Juliana Falcão (MBPress)

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