Quando micro-organismos invadem a urina desencadeiam um problema que precisa ser tratado com seriedade e cuidado. A infecção urinária é mais comum nas mulheres, cujas bactérias se alojam na vagina e na vulva. Nos homens pode ocorrer por contaminação da uretra, decorrente de sexo anal sem preservativo, ou, nos mais velhos, por retenção urinária devido à próstata aumentada.
Segundo a urologista Sylvia Faria Marzano, também terapeuta de família, casal e sexual, a infecção acomete mais as mulheres em idade de vida sexual ativa e as que já estão na menopausa. “As com vida sexual ativa se autoinfectam com a relação sexual, principalmente por falta de cuidados após o ato. E as mulheres maduras, por falta de hormônios, que causam uma atrofia da mucosa da vagina e vulva”, explica. “As grávidas não são as mais predispostas, a não ser que já apresentem infecções antes da gestação.”
Para quem não se lembra, no livro “Comer, Rezar, Amar”, de Elizabeth Gilbert, a personagem principal contrai infecção urinária por excesso de sexo. Segundo a Dra. Sylvia, isso não ocorre só na ficção. “Existe até a denominada cistite da lua de mel, como era denominada a infecção urinária da mulher após o casamento”, diz. “A penetração frequente vaginal é uma predisposição à entrada das bactérias na uretra, com consequente infecção. Mas não é preciso muito sexo! Há mulheres que ficam sintomáticas com uma só relação na noite anterior.”
A médica conta que os principais sintomas da infecção urinária são disúria (dor para urinar), acompanhada de polaciúria (urina a todo instante). Entretanto, a pessoa pode não ter sintomas urinários, mas dor lombar ou febre. A urina pode estar escura, por apresentar sangue, ou então com sedimento (resíduos sólidos) no fundo, com cheiro forte ou não.
Existem dois exames que detectam o problema: um é o teste de urina que fica pronto no mesmo dia. Ele detecta o número de leucócitos (células de defesa) no líquido. O outro é a urocultura. Neste é detectado o tipo de bactéria e a medicação ideal para combatê-la. “Toda infecção urinária é causada por alguma bactéria. O que muda é o agente causador ou o modo de contágio, dependendo do sexo e da idade”, esclarece Dra. Sylvia.
O tratamento é sempre feito com antibióticos e o prazo para eliminar infecção depende das recorrências, mas em geral são sete dias. Caso a mulher tenha infecção urinária de repetição, o indicado é utilizar medicação antibiótica preventiva, para que o problema ocorra de forma espaçada. “Essas pacientes também costumam ter obstipação intestinal. Ou seja, elas ficam mais de três dias sem evacuar, sendo muito provável a passagem das bactérias normais das fezes para a urina. Por isso, é primordial uma mudança de hábitos alimentares.”
Quando não bem tratada a infecção urinária pode causar lesões irreversíveis para os rins (cicatrizes), resultando em doença crônica renal, hipertensão arterial, dores etc. Se o paciente for do sexo masculino um tratamento mal feito pode provocar dores nos testículos, no ato da ejaculação, ou uma prostatite crônica.
É possível prevenir a infecção. A Dra. Sylvia dá algumas dicas:
– Higiene impecável da vulva e ânus após a evacuação (lavar com água e sabonete).
– Micção a cada duas horas (evitar segurar a urina por várias horas).
– Higiene com água e sabonete logo após a relação sexual. Urinar também.
– Aumentar a ingestão de líquidos.
– Ritmo intestinal regular (evacuar diariamente).
– Nos homens, cuidados de prevenção com as doenças da próstata.
Clique aqui para saber quanto você precisa emagrecer e comece agora mesmo sua reeducação alimentar!
Por Juliana Falcão (MBPress)
