Como São Feitos Um dos Transplantes Mais Delicados do Mundo
O transplante de face era algo impensável há alguns anos atrás. O filme “A outra face”, estrelado por Nicolas Cage e John Travolta, e que contava a história de um policial que trocou de face com um bandido para evitar a explosão de muitas bombas na cidade, foi tratada como uma ficção que provavelmente nunca iria virar realidade. É claro que existem diferenças entre o filme e a realidade, onde o transplante pode acarretar muitos problemas para o paciente, além do fato de que, na vida real, o paciente continua com os traços faciais semelhantes aos que tinha anteriormente. Na vida real o transplante tem sido um diferencial imenso na vida de pessoas que sofreram acidentes e tiveram a face desconfigurada – o transplante lhes devolveu um rosto, com o qual se apresentar socialmente.
Frequência de Cirurgias
O número de cirurgias feitas até hoje é baixo: foram apenas seis no mundo inteiro (realizadas na França, China e Estados Unidos). Além disso, em nenhuma delas uma face inteira foi transplantada. A mais complexa foi a realizada em uma americana que levou um tiro na face: a cirurgia durou 22 horas e transplantou ate pedaços de ossos.
Veja Como São Feitos Esses Transplantes:
A cirurgia conecta vasos e nervos da face do doador ao sistema do receptor. Por isso é uma cirurgia tão difícil: os vasos faciais são muito finos, tornando muito difícil sua manipulação.
1º passo: um doador com características semelhantes ao receptor é procurado. É preciso ter o mesmo tipo sanguíneo (inclusive fator Rh) idade e físico semelhante.
Para que a cirurgia seja possível é preciso que o doador tenha falecido até duas horas antes da cirurgia.
2º passo: os nervos do doador são cortados para a retirada da face. Presilhas são utilizadas para evitar a perda de sangue, e as artérias e veias são cortadas por último. Isso é preciso para que a face não fique muito tempo sem circulação sanguínea, o que prejudicaria o resultado do transplante.
3º passo: Duas equipes médicas devem trabalhar simultaneamente, pois enquanto uma equipe retira a face do doador, a outra equipe já deve estar preparando o receptor, anestesiando e ajustando vasos e nervos. As equipes normalmente são compostas de enfermeiros, cirurgiões plásticos, anestesistas e micro cirurgiões.
4º passo: Após toda esta preparação, a cirurgia propriamente dita começa, com a reconexão dos vasos sanguíneos.
5º passo: depois da reconexão dos vasos sanguíneos é hora de reconectar os nervos da face. Como os nervos que transmitem os impulsos elétricos não são religados, são necessários choques elétricos depois da operação para estimular os nervos.
6º passo: depois de ligar novamente tudo o que for necessário, a face deve ser afixada no crânio. Como o corpo rejeita a nova face, o receptor deve tomar remédios o resto da vida. No entanto, as vantagens de ter novamente um rosto superam as desvantagens.
Andressa Silva.




